Quando Florian Schneider faleceu no passado dia 30 de abril, desapareceu um dos dois fundadores do projeto de música electrónica e multimédia mais influente e transgressor da História da música popular - Kraftwerk. "Kraftwerk" pode ser traduzido para "Usina de Energia" e foi com muita dela que em 1970, Florian Schneider e o seu amigo Ralf Hütter fundaram o Estúdio Kling Klang e a banda que foi precursora na utilização de muitas das ferramentas e estratégias que muita da nossa música popular assimilou. Ouvir os Kraftwerk nos dias de hoje não surpreende, exatamente porque a sua linguagem foi reutilizada e reconstruída vezes sem conta, mas o que foi reinventado muitas vezes foi no início transgressor e extremamente inovador. Os anos setenta do século XX foram profícuos em criatividade artística na Alemanha e em muitos dos países europeus, tendo os Kraftwerk assumido o papel de um dos timoneiros neste movimento. A banda associou sempre a música a uma cuidada linguagem visual, alterando-a de forma radical ao longo das décadas, e é preciso continuar a dar-lhes atenção porque o fim dos Kraftwerk ainda não foi anunciado!
Entre 1975 e 1987, a banda manteve a formação que a tornou mais famosa e a que foi mais estável, a par dos dois fundadores - Florian e Ralf, incluiu também Wolfgang Flür e Karl Bartos como percusionistas. Durante esta fase foram editados quatro álbuns fundamentais - Radio-Aktivität (1975), Trans-Europa Express (1977), Die Mensch-Maschine (1978) e Computerwelt (1981).
Até à saída em 2008 do agora falecido Florian Schneider, a composição dos Kraftwerk sofreria muitas outras mutações, tendo mesmo tido um português - Fernando Abrantes - como membro entre 1990 e 1991 quando substituiu Bartos.
A dimensão da obra musical desta banda permitiria a escrita de um longuíssimo texto, mas se queres descobrir mais, deixamos aqui algumas ligações: